Como escrevia hoje José Manuel Fernandes, no editorial do Público, “A marcação das eleições para a Câmara de Lisboa para 1 de Julho visa dificultar a vida dos possíveis candidatos independentes. Veremos se o feitiço não se volta contra o feiticeiro”.
Recolher, até 18 de Maio (Sexta-Feira), 4,000 assinaturas de eleitores recenseados em Lisboa é uma missão muito difícil, mas não impossível.
Se a candidatura de Helena Roseta conseguir reunir as 4,000 assinaturas, provavelmente conseguirá um resultado histórico para a democracia portuguesa.
Estes partidos sabem disso. São quem tem mais a perder com uma candidatura que vai buscar votos do PSD ao Bloco de Esquerda.
Estamos habituados a dirigentes partidários que tomam decisões – nomeadamente sobre se se submetem ou não a votos – com base em sondagens.
E as sondagens de que se fala indicam que Helena Roseta teria a preferência de pelo menos um quinto dos eleitores de Lisboa. Trata-se de uma ameaça muito séria. Daí que não haja pruridos em tentar matá esta candidatura à nascença, mediante um expediente de secretaria, sob a capa de uma aparente legalidade democrática.
Nestas eleições já não é apenas o futuro de Lisboa que está em causa. Vivemos numa democracia sequestrada.
Helena Roseta merece ir a votos, em nome da saúde da democracia deste país.
PSD, PS e Bloco de Esquerda já provaram, na partida para estas eleições, que lhes falta cultura democrática, e que não têm pejo em recorrer a manobras desleais (e talvez mesmo ilegais) para viciar o jogo.
As eleições podem decidir-se desde já, na recolha das assinaturas.