quarta-feira, 30 de maio de 2007

A aventura das presidenciais pode repetir-se

Lisboa, 29 Mai (Lusa) - O deputado socialista Manuel Alegre afirmou hoje que a sua candidatura independente a Belém "abriu um caminho" para a renovação da vida política e que o que se passou nas presidenciais de 2006 pode repetir-se.
Manuel Alegre falava no Hotel Altis, em Lisboa, no lançamento do livro "Conseguir o Impossível", editado pela Dom Quixote, sobre a sua candidatura a Presidente da República, organizado por Helena Roseta, Manuela Júdice e Nuno David.
Instado a comparar a sua candidatura independente e a de Helena Roseta à Câmara Municipal de Lisboa, à frente do movimento "Cidadãos por Lisboa", Manuel Alegre recusou.
"Agora, acho que o que aconteceu na minha campanha pode acontecer noutras situações", acrescentou, em seguida.
Referindo-se às presidenciais do ano passado como uma "experiência inovadora" que "pôs em causa os esquemas mentais com que habitualmente são interpretados os fenómenos políticos", Alegre considerou que "abriu um caminho".
"Mostrou que há um espaço para novas formas de intervenção e de participação, essenciais à renovação da vida política" e que "pode fazer-se uma grande campanha e obter um grande resultado com pouco dinheiro", sustentou.
"Devia servir de exemplo, sobretudo em período de austeridade e quando se exigem sacrifícios ao País", defendeu.
O deputado socialista e vice-presidente da Assembleia da República recordou a sua candidatura a Belém como "uma aventura maravilhosa", que "não foi contra os partidos".
"Mas é verdade que há um espaço que os partidos secam, são necessários novos espaços" e "os partidos têm que aprender que o mundo está a mudar" e "modernizar-se", disse, no entanto.
"Estão muito desactualizados, em muitos aspectos são um arcaísmo em relação à rapidez com que se está a modernizar a nossa vida. Não basta falar em abstracto de modernização, é preciso dar sinais concretos de modernidade", sublinhou.
Nas presidenciais de 2006, "os partidos perderam" para o candidato vencedor, Cavaco Silva que "embora apoiado por dois partidos distanciou-se bastante deles" e para a sua candidatura independente, sustentou Alegre.
Interrogado repetidamente sobre que candidatura à Câmara de Lisboa apoia, Manuel Alegre declarou que teve "a experiência da polícia política, que era especialista em repetir as mesmas perguntas".
"Provei que só respondia àquilo que queria, quando queria e como queria, ou não respondia de todo. A essa pergunta eu hoje não respondo", concluiu.
IEL.
Fonte: Agência LUSA