segunda-feira, 4 de junho de 2007
O candidato do regime e o jornalismo da situação
O caso do Expresso é emblemático.
O Expresso poderia seguir o exemplo da imprensa anglo-saxónica e declarar abertamente que apoia António Costa.
Seria mais transparente e leal para com os seus leitores.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Sondagem do Diário Económico – A questão da mobilidade
Carmona está em perda e a margem de progressão de Negrão é mínima. O PSD dificilmente escapará a um justo castigo.
O Zé, ao que tudo indica, já não faz falta.
O Ruben, e sobretudo o Telmo, estão em maus lençóis.
Ainda segundo esta sondagem, a ordem de prioridade dos problemas da cidade é, aos olhos dos lisboetas, a seguinte:
1. Trânsito (inclui acessibilidades)
2. Sujidade/poluição
3. Urbanismo
4. Segurança
5. Estacionamento
6. Transportes públicos
7. Corrupção
8. Espaços verdes (inexistência)
9. Pobreza, arrumadores e mendigagem
10. Desequilíbrio financeiro
É curioso notar que a prioridade decretada pelos comentadores – contas públicas – só aparece em 10º lugar.
Da conjugação de prioridades como trânsito, poluição, estacionamento e transportes públicos, resulta que a questão da mobilidade é a que mais preocupa os lisboetas.
Neste aspecto os lisboetas não são diferentes dos habitantes de outras grandes capitais, onde, dadas as exigências e o ritmo da vida diária, a qualidade e a velocidade da mobilidade se assumem como um factor crucial para uma vida melhor.
Veja-se o caso de Londres, em que a política de Ken Livingstone neste domínio foi decisiva para a sua eleição. Medidas que à primeira vista seriam tidas como impopulares – por exemplo o estabelecimento de portagens à entrada da cidade – mereceram um amplo apoio da população.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
A aventura das presidenciais pode repetir-se
Manuel Alegre falava no Hotel Altis, em Lisboa, no lançamento do livro "Conseguir o Impossível", editado pela Dom Quixote, sobre a sua candidatura a Presidente da República, organizado por Helena Roseta, Manuela Júdice e Nuno David.
Instado a comparar a sua candidatura independente e a de Helena Roseta à Câmara Municipal de Lisboa, à frente do movimento "Cidadãos por Lisboa", Manuel Alegre recusou.
"Agora, acho que o que aconteceu na minha campanha pode acontecer noutras situações", acrescentou, em seguida.
Referindo-se às presidenciais do ano passado como uma "experiência inovadora" que "pôs em causa os esquemas mentais com que habitualmente são interpretados os fenómenos políticos", Alegre considerou que "abriu um caminho".
"Mostrou que há um espaço para novas formas de intervenção e de participação, essenciais à renovação da vida política" e que "pode fazer-se uma grande campanha e obter um grande resultado com pouco dinheiro", sustentou.
"Devia servir de exemplo, sobretudo em período de austeridade e quando se exigem sacrifícios ao País", defendeu.
O deputado socialista e vice-presidente da Assembleia da República recordou a sua candidatura a Belém como "uma aventura maravilhosa", que "não foi contra os partidos".
"Mas é verdade que há um espaço que os partidos secam, são necessários novos espaços" e "os partidos têm que aprender que o mundo está a mudar" e "modernizar-se", disse, no entanto.
"Estão muito desactualizados, em muitos aspectos são um arcaísmo em relação à rapidez com que se está a modernizar a nossa vida. Não basta falar em abstracto de modernização, é preciso dar sinais concretos de modernidade", sublinhou.
Nas presidenciais de 2006, "os partidos perderam" para o candidato vencedor, Cavaco Silva que "embora apoiado por dois partidos distanciou-se bastante deles" e para a sua candidatura independente, sustentou Alegre.
Interrogado repetidamente sobre que candidatura à Câmara de Lisboa apoia, Manuel Alegre declarou que teve "a experiência da polícia política, que era especialista em repetir as mesmas perguntas".
"Provei que só respondia àquilo que queria, quando queria e como queria, ou não respondia de todo. A essa pergunta eu hoje não respondo", concluiu.
IEL.
Fonte: Agência LUSA
terça-feira, 29 de maio de 2007
A vítima
Aqui ficam duas mensagens de Carmona sobre os pontos mais críticos da sua governação:
· O responsável pelo descalabro financeiro da CML é João Soares (que foi presidente nos anos 90);
· Foi o PSD que fez pressão para nomear assessores na CML.
De visita às obras do metro
Parabéns a Ruben Carvalho, que visitou o Cais das Colunas soterrado pelas obras do metro no Terreiro do Paço.
O candidato comunista considerou um “escândalo” o atraso nas obras e afirmou que, nos últimos seis anos, “houve um alheamento da Câmara Municipal de Lisboa em relação às obras do metro”.
O reconhecimento deste alheamento é também, em certa medida, uma autocrítica, visto que é a primeira vez que Ruben Carvalho se insurge publicamente contra o soterramento do Cais das Colunas.
Espreite o site da CDU 2007:
http://www.dorl.pcp.pt/cdulisboa/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
Helena Roseta no Youtube
Fonte: Cidadãos por Lisboa http://cidadaosporlisboa.blogspot.com/
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Retrato de Lisboa
Fonte da empresa, que fez uma caracterização do concelho em vésperas de eleições intercalares para a Câmara da capital, disse hoje à agência Lusa que o segundo município em termos de população é Sintra, com cerca de 419.000 habitantes, seguindo-se Vila Nova de Gaia, com 304.000, e só depois o Porto, com 233.000.
Lisboa ocupa uma área de 83,85 quilómetros quadrados, o que representa 0,1 por cento do território nacional.
Em 2001, havia 564.657 habitantes em Lisboa (5,5 por cento do total nacional), número que baixou para 519.795 em 2005, passando a representar 4,9 por cento do total.
"A população tem decrescido desde 1980: menos 287.000 habitantes nos últimos 25 anos, uma quebra de 35,6 por cento", mas mesmo assim está 15 vezes acima do valor médio do país.
Os censos de 2001 registavam 234.451 famílias, ou seja, 6,4 por cento do total.
Além dos censos, a Marktest usou para este trabalho dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Banco de Portugal e de outras fontes.
Na estrutura demográfica, as mulheres representam mais de metade da população (54 por cento) e os homens 46 por cento.
A Marktest nota que as mulheres estão aqui sobre-representadas face à média nacional: 52 por cento mulheres e 48 por cento homens.
A cidade apresenta uma estrutura etária envelhecida, com 24 por cento de idosos (65 anos ou mais), quando a média nacional é de 17 por cento.
Treze por cento da população tem menos de 15 anos, nove por cento está entre os 15 e os 24 anos e 53 por cento na faixa dos 25 aos 64 anos de idade.
Na estrutura social, predomina a classe alta e média alta, que representa 38,7 por cento da população, superior à média do continente, de 17,6 por cento.
Em Lisboa, a classe média significa 25,7 por cento da população, a média baixa 17 por cento e a baixa 18,6 por cento.
O retrato do parque habitacional apresenta 53.779 edifícios de habitação familiar clássica (1,6 pc do total nacional) e 295.521 alojamentos familiares clássicos (5,4 pc do total).
Em 2004, foram transaccionados 15.984 prédios (5,8 por cento do total), num valor superior a três mil milhões de euros, uma média de 200.000 euros por prédio, "mais do dobro do valor médio nacional", lê-se no relatório.
AH.
Fonte: Agência LUSA
Em busca de uma estreia
António Costa, depois de uma já longa carreira política em que foi nomeado para altos cargos de governo (consulte a sua nota biográfica em http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Composicao/Perfil/AntonioLuisSantosdaCosta.htm), parte para estas eleições em busca de uma estreia: ganhar uma eleição em que é cabeça de lista.
A vontade é muita. O resultado será decisivo para o futuro da sua carreira política.
António Costa é rigoroso, não improvisa.
Esse rigor ficou imediatamente patente na decisão da governadora civil de Lisboa sobre a data das eleições.
Mas elas aí estão: 5546 assinaturas e uma candidatura independente que podem baralhar o rigor do cálculo.
Desalinhado
O alinhamento de João Soares não foi premiado por Sócrates.
49 Assessores
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=244168&idselect=90&idCanal=90&p=200
É especialmente interessante a informação sobre o contrato e as atribuições de Vicky Fernandes:
"Figura bem conhecida do jet set nacional, Vitória Maria Fernandes, conhecida como Vicky Fernandes, é uma das assessoras do executivo camarário de Lisboa.
Contratada para relações públicas da autarquia de Lisboa e responsável pela organização de festas, Vicky aufere um rendimento mensal de 3025 euros, de acordo com o seu contrato iniciado em Janeiro deste ano.
O vínculo à autarquia, segundo constatou o ‘CM’, termina a 31 de Dezembro deste ano. Ao todo, Vicky Fernandes auferirá 36 mil euros ilíquidos pelo contrato.
A responsável de relações públicas tem a seu cargo missões como as marchas populares e as noivas de Santo António (padroeiro da cidade), duas iniciativas que são o cartão de visita da autarquia nesta época do ano".
O Controleiro
“Há dois anos, no último debate de campanha, quando me pediram uma declaração final, disse apenas: “Depois de entrar na Câmara, nada ficará como antes. Os lisboetas vão saber o que lá se passa.
Esta citação é retirada da página de abertura do site de campanha de José Sá Fernandes (http://www.lisboaegente.net/).
Assim fica claro que a grande ambição de Sá Fernandes é a de continuar a ser o controleiro da Câmara.
A escolha de Marcelo
Esta afirmação tem tanto de amor a Costa como de desamor a Marques Mendes (com amigos destes no partido, pobre do candidato do PSD).
Do ponto de vista do rigor da análise política, importa notar que o Professor se esqueceu de mencionar que a Câmara era governada com uma maioria estável (PSD/CDS) e que isso não impediu – antes pelo contrário – a crise em que nos encontramos.
Das últimas presidenciais ao referendo sobre o aborto (em que fez abertamente campanha pelo Não), o Professor enganou-se estrondosamente sobre as escolhas políticas dos portugueses.
Apesar da memorável caricatura do Gato Fedorento ( www.youtube.com/?v=myf5ces77PU ), o Professor sobrevive, sempre acompanhado da jornalista-faz-de-conta Maria Flor Pedroso.
Mas o Professor transformou-se na sua própria caricatura.
É um sinal de progresso cívico, a constatação de que o Professor pensa pela cabeça de cada vez menos portugueses, sobretudo entre os jovens.
Entrevista
domingo, 27 de maio de 2007
Diga Lá Excelência
Oiça a entrevista de Helena Roseta à Rádio Renascença, Público e RTP2: http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?AreaId=11&SubAreaId=110&ContentId=208460.
Apesar dos estereótipos dos jornalistas (Paulo Magalhães, da RR, e Leonete Botelho, do Público), focados apenas na intriga política e denotando falta de interesse sobre os problemas de Lisboa, Helena Roseta demonstrou a sua determinação e preparação para enfrentar a situação de emergência municipal em que nos encontramos.
A cidade de Lisboa necessita de um “Governo de Salvação Municipal”.
Helena Roseta desafia “todas as forças políticas a participar” nesta solução. “Seria muito bom que, por uma vez, todos dessem um sinal de que, numa situação de crise, são capazes de trabalhar em conjunto”.
A arquitecta dá um exemplo de como a situação se tem agravado nos últimos anos: “A cidade de Lisboa perdeu um terço dos habitantes nos últimos 20 anos”.
A capital não está em condições de fazer grandes obras ou grandes projectos e, por isso, Roseta defende uma “acumpunctura urbana”, com “uma revisão de prioridades e pequenos investimentos”.
António Costa pede “uma maioria clara”, mas Roseta responde que “uma liderança forte” nada tem a ver com isso, recordando para o efeito que houve uma maioria de dois partidos (PSD e CDS) que não resultou.
“Uma liderança forte tem a ver com a capacidade, não apenas, de ter uma visão para aquilo que se quer fazer, mas de mobilizar toda a gente. E um candidato que se apresenta a dizer que quer fazer sozinho sem os outros, na minha opinião, já está a perder alguma liderança”, refere.
Quanto a Carmona Rodrigues, Helena Roseta concorda que ele vá a votos porque é bom que os lisboetas avaliem as suas propostas, mas também “julguem o seu trabalho” nos dois anos na autarquia.
A candidata independente deixa claro nesta conversa que esta corrida não é só para dois anos, mas sim já a médio prazo a pensar também nos quatro anos seguintes.
sábado, 26 de maio de 2007
Disco riscado
“Lisboa precisa de uma maioria clara, os lisboetas têm de optar pela maioria ou pelos jogos partidários”.
Nem uma palavra sobre soluções para os problemas de Lisboa.
“Jogos partidários”? Então não é essa a área profissional em António Costa se especializou ao longo da sua vida? Será que renega o seu passado? Ou será que daqui para a frente já só aceita governar com maioria absoluta?
Talvez se tenha acostumado a dar ordens aos polícias (e a estes, como se sabe, não resta senão obedecer).
Que mania esta da maioria absoluta!
Maioria absoluta acaba sempre por rimar com poder absoluto, e poder absoluto rima com muita coisa escura.
Ora Lisboa carece de transparência.
Rigor sim, mas com transparência e limpidez, como essa luz tão clara e única que banha esta cidade.
E solidariedade, espírito de equipa, ao serviço do interesse público e do bem comum de Lisboa - ou seja muito mais do que mera táctica partidária e projectos de poder pessoal.
Lisboa vive uma situação de emergência, e precisa de todos (excepção feita talvez a Carmona Rodrigues, cujo único contributo seria – se fosse capaz – o de explicar aos novos vereadores como é possível levar a CML ao abismo num tão curto espaço de tempo, ainda para mais quando dispunha de uma maioria estável).
Costa tem de mudar o discurso. Está muito longe de ter ganho as eleições. Pode inclusivamente vir a perdê-las (Carrilho conseguiu esse feito, quando tanto ele como o PS estavam em muito melhores condições). Um pouco mais de humildade e algumas ideias sobre Lisboa – que se distanciassem das opções do governo – poderiam ajudar, mas isso, hélas!, não vai acontecer.
Lembram-se quando Almeida Santos pedia insistentemente, em nome do PS, os 43% da maioria absoluta?
Vacas sagradas
Eurosondagem
Para quem não se lembra, Rui Oliveira e Costa conseguiu o milagre de colocar Mário Soares sempre à frente de Manuel Alegre, da primeira à última sondagem.
Perante este dado objectivo – o falhanço flagrante das previsões da Eurosondagem nas últimas presidenciais – é lícito perguntar se foi pura incompetência ou manipulação.
Rui Oliveira e Costa e o seu negócio sobreviveram impunes.
Mas há quem não se esqueça.
A sondagem publicada hoje (Expresso, SIC e Renascença) não surpreende quem esteve atento às Eurosondagens das presidenciais. Deve, porém, ser tomada como um indicador, e nessa medida não deixa de ser lisonjeira para Helena Roseta.
No próximo dia 15 de Julho ficará mais uma vez provado que não há Eurosondagem que possa travar o poder dos cidadãos.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
O especialista
O ministro da Presidência tem uma autoridade especial para fazer uma afirmação destas: é que, em matéria de "artificialidade", Pedro Silva Pereira é especialista.
A Ota, o deserto, os passarinhos e a ameaça terrorista
Mostrou-se também muito preocupado com o impacto de um novo aeroporto nas aves migratórias da margem sul.
Almeida Santos, por sua vez, invocou a vulnerabilidade de um aeroporto na margem sul perante a ameaça terrorista:
“Um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o norte do sul do país", declarou Almeida Santos no final da reunião da Comissão Nacional do PS.
Por aqui se vê como, no seio do governo e do PS, a opção da Ota está política e tecnicamente bem fundamentada.
E António Costa, será que também partilha desta mesma visão “estratégica”?